Falta.

Assim que o despertador anunciou o horário marcado, as cobertas se movimentaram e revelaram o corpo da mulher. Era difícil, depois de uma noite mal dormida, acordar tão cedo. Mas se queria passar pelo processo de todo de dia, de fazer o café, até aquilo valia  a pena. Por mais que quisesse o café, no entanto, ficou matando tempo sobre os cobertores, bocejando algumas vezes e até mesmo espreguiçando-se. Olhou novamente no relógio, pensativa. E em seguida, para o lado. Maior arrependimento. Virar-se e não vê-lo ali. Sim, porque ele estava distante demais. E muito mais de uma vez ela se pegava abraçando o travesseiro e desejando com todas as forças possíveis e imagináveis que fosse ele. E apenas ele. E se fosse ele que estivesse ali? Ela iria abraçá-lo da forma mais gentil possível, e ficaria o observando. Poderia ficar o dia inteiro ali com ele, fosse espiando ele dormir, rolando na cama, simplesmente jogando conversa fora ou ‘apenas’ sentindo o corpo dele. Mais de uma vez ficava se imaginando junto a ele, e a cada novo pensamento que tinha, a vontade de tê-lo era maior. Acabou abrindo um sorriso; quem diria que alguém fosse deixá-la daquela maneira? Era loucura, bem sabia. Mas aquela loucura em especial lhe parecia muito, muito mais válida do que tantas outras. Justamente porque era ele.


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